domingo, 5 de janeiro de 2014

Gostar de Rock pode influenciar positivamente numa entrevista de emprego?

 Gostar de rock começa a pesar na avaliação profissional

Marcelo Moreira


Por mais preconceituoso que seja, não dá para fugir: a forma como a pessoa fala, se veste, age, trabalha, dirige e muitas coisas mais dizem muito sobre o indivíduo. Dá para julgar cada um por esse tipo de coisa? Cada um avalie da forma como achar melhor.
Da mesma forma, os hábitos culturais – os livros que lê, a música que ouve, os eventos frequenta – também dizem bastante sobre as pessoas. Existe a chance de se errar por completo, mas faz parte do jogo.
Dois fatos importantes, apesar de corriqueiros, mostram que os apreciadores de rock podem ter esperança de dias melhores, apesar dos casos recorrentes de preconceito explícito e perseguição por conta do gosto pessoal em pleno século XXI – algumas dessas excrescências têm sido narradas aqui em textos no Combate Rock.
No começo de agosto um gerente de uma grande multinacional instalada no ABC (Grande São Paulo) penava para contratar um estagiário para a área de contabilidade e administração. Analisou diversos currículos e entrevistou 24 jovens ainda na faculdade ou egressos de cursos técnicos.
Conversou com todo o tipo de gente, do mais certinho ao mais despojado, do mais conservador à mais desinibida e modernosa. Preconceitos à parte, procurou focar apenas a questão técnica e os conhecimentos exigidos.
Alguns candidatos até possuíam a maioria dos requisitos exigidos, mas acabaram desclassificados em um quesito fundamental para o gerente: informação geral, que inclui hábitos culturais.
O escolhido foi um rapaz de 20 anos, o penúltimo a ser escolhido. Bem vestido, mas de forma casual, usando rabo de cavalo, mostrou segurança e certa descontração, além de bom vocabulário e de se expressar de forma razoável, bem acima da média.
Durante as perguntas, o gestor observou que o garoto segurava um livro e carregava um iPod. O livro era a biografia de Eric Clapton. Após a quinta pergunta, direcionou a conversa para conhecimentos gerais e percebeu que o rapaz lia jornais e se interessava pelo noticiário.
“Você gosta de rock?”, perguntou o gerente. “Sim, e de jazz também”, respondeu o garoto. O entrevistador não se conteve e indagou se o rapaz se importava de mostrar o que o iPod continha. E viu um gosto eclético dentro do próprio rock: havia muita coisa de Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, mas também de Miles Davis e big bands.
“Não aprecio rock, não suporto o que minhas filhas ouvem, mesmo seja Rolling Stones, meu negócio é Mozart, Bach e música erudita. Mas uma coisa eu aprendi nas empresas em que passei e nos processos seletivos que coordenei: quem gosta de rock geralmente é um profissional mais antenado, que costuma ler mais do que a média porque se interessa pelos artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados sobre o que acontece no mundo e respondem bem no trabalho quando são contratados. Nunca me arrependi ao levar em consideração também esse critério”, diz o gerente.

Eric Clapton ajudou um candidato a estágio a conseguir a vaga em uma empresa do ABC
O resultado é que o garoto foi contratado após 15 minutos de conversa, enquanto cada entrevista com os outros candidatos durava 40 minutos. “Não tive dúvida alguma ao contratá-lo. E o mais interessante disso: percebo que essa é uma tendência em parte do mercado há pelo menos três anos, pois converso muito com amigos de outras empresas e esse tipo de critério está bastante disseminado. Quem gosta de rock é ao menos diferenciado”, finalizou o gestor.
Já em uma escola particular da zona oeste de São Paulo, do tipo mais alternativo e liberal, o trabalho de conclusão do ensino médio era uma espécie de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das faculdades. A diferença é que, para não ter essa carga de responsabilidade, foi criado uma espécie de concurso para premiar algumas categorias de trabalhos – profundidade do tema, ousadia, importância social e mais alguns critérios.
O vencedor geral foi o de uma menina esperta de 17 anos, filha de um jornalista pouco chegado ao rock, mas com bom gosto para ouvir jazz e blues. O trabalho tentava traduzir para a garotada a importância dos Beatles para a música popular do século XX.
Para isso realizou uma ampla pesquisa sobre as origens do blues, do jazz, da country music norte-americana e traçou um panorama completo da evolução do rock desde os primórdios até os megashows de Rush, AC/DC, U2 e Metallica. Seu trabalho contou ainda com a defesa de uma tese em frente a uma banca de professores.
O resultado é que, além do prêmio principal – placa de prata e uma quantia em dinheiro em forma de vale para ser gasto em uma livraria –, acabou sendo agraciada com a proposta de transformar seu trabalho em um pequeno livro, bancado pela escola. Detalhe: a reivindicação partiu dos colegas da menina, que ficaram fascinados com a história do rock – poucos deles eram íntimos do gênero, pelo que o pai da menina me contou.

Os Beatles foram o ponto de partida para uma aluna de um colégio paulistano para traçar um panorama extenso e completo sobre a história do rock; o trabalho ganhou prêmio e vai se transformar em livro
Seria um flagrante exagero afirmar que gostar de rock facilita a obtenção de emprego ou estágio – ou que quem gosta de rock é muito melhor aluno do que os outros nas escolas. Mas o simples fato de haver reconhecimento de que apreciar rock frequentemente leva a uma situação diferenciada já é um alento diante dos seguidos casos de intolerância e preconceito.
Gostar de rock não torna ninguém melhor ou pior, mais ou menos competente, mais ou menos inteligente. Mas os casos acima mostram que o roqueiro pode se beneficiar de situações em que é possível se mostrar diferenciado, mostrando uma cultura geral acima da média e mais versatilidade no campo profissional. E o que é melhor, isso começa a ser reconhecido por um parte do mercado.
Bom gosto não se discute: adquire-se.


Fonte: blogs.estadao.com.br

GIBSON.COM eleje as 50 melhores músicas de Heavy Metal de todos os tempos.

E aí, você já ouviu todas as músicas aqui listadas? Concorda com a lista? Alguma faixa que na sua opinião não poderia ter ficado de fora, ou foi incluída injustamente?
Deixe sua opinião!

Segue a lista:

01. "Master of Puppets" - Metallica
02. "Ace of Spades" - Motörhead
03. "Crazy Train" - Ozzy Osbourne
04. "Iron Man" - Black Sabbath
05. "The Number of the Beast" - Iron Maiden
06. "War Pigs" - Black Sabbath
07. "Paranoid" - Black Sabbath
08. "One" - Metallica
09. "Hallowed Be Thy Name" - Iron Maiden
10. "Breaking the Law" - Judas Priest
11. "Children of the Grave" - Black Sabbath
12. "Welcome to the Jungle" - Guns N' Roses
13. "Black Sabbath" - Black Sabbath
14. "Hells Bells" - AC/DC
15. "The Trooper" - Iron Maiden
16. "Painkiller" - Judas Priest
17. "Stargazer" - Rainbow
18. "Enter Sandman" - Metallica
19. "Back in Black" - AC/DC
20. "Runnin' with the Devil" - Van Halen
21. "The Hellion/Electric Eye" - Judas Priest
22. "Run to the Hills" - Iron Maiden
23. "Let it Go" - Def Leppard
24. "Epic" - Faith No More
25. "Hangar 18" - Megadeth
26. "Rime of the Ancient Mariner" - Iron Maiden
27. "You've Got Another Thing Comin'" - Judas Priest
28. "Fear of the Dark" - Iron Maiden
29. "Raining Blood" - Slayer
30. "Walk" - Pantera
31. "Holy Diver" - Dio
32. "Highway to Hell" - AC/DC
33. "Heaven and Hell" - Black Sabbath
34. "Bulls on Parade" - Rage Against the Machine
35. "Fade to Black" - Metallica
36. "Angel of Death" - Slayer
37. "Peace Sells" - Megadeth
38. "Freak on a Leash" - Korn
39. "Them Bones" - Alice in Chains
40. "Cemetery Gates" - Pantera
41. "Detroit Rock City" - Kiss
42. "Devil's Child" - Judas Priest
43. "Run with the Wolf" - Rainbow
44. "Would?" - Alice in Chains
45. "We're Not Gonna Take It" - Twisted Sister
46. "Hell Bent for Leather" - Judas Priest
47. "Beyond the Realms of Death" - Judas Priest
48. "Bomber" - Motörhead
49. "Unchained" - Van Halen
50. "10,000 Days (Wings, Part II)" - Tool

Fonte: whiplash.net (Gibson.com)